domingo, 28 de dezembro de 2008

Maré.

Às margens do capibaribe
escrevo-me em papel.
Tentando calar o mundo
E ouvir a solidão.

Às margens do capibaribe
Reflito-me em águas calmas.
Tentando enxergar tantas
imagens prateadas e turvas.

Às margens do capibaribe
Espancava-me o vento.
Tentando levar embora a dor
deixando-me apenas os pensamentos.

Arthus Nunes.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Tentativa

...

Penso, quero, sinto. E nada sai.

...

Reflito, forço, até sei. E nada sai..

...

Tentando palavrear, esclarecer. E nada sai...

...

Quando finalmente uma silaba se junta a outra
a palavra a mais uma das suas, ja não há nada. Tarde demais.

Quem sabe no proximo papel...


Arthus Nunes

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Conclusão

Um dia não tão belo o caminho olhou para a saudade e disse:

"E depois eu que sou difícil, longo e solitário."

Arthus Nunes

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Poemetos II

Vicio meu, moléstia minha
É tudo que não se pode conter
É o habito de enganar
Ou desejo de manipular

Vicio meu moléstia minha
É o que todos tomam por normal
Mas em mim se torna pior.
É a forma de convivência comum entre os seres

Vicio meu, moléstia minha
É não saber a hora de levantar
É simplesmente me abandonar
Esperando q as coisas por si aconteçam.

Arthus Nunes

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Poemetos.

Os poemas que não li são mais profundos
Atingem a alma sem ter a mente como intermédio.

Os poemas que ainda não li mostram tudo que ei de saber
São completos e satisfatórios em sua forma. (Indiferentes ao mundo lá fora)

Os poemas que ainda não li falam mais ainda de mim
Esses poemas não raros são os que ainda não escrevi.


Arthus Nunes.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sintoma.

Quem ama contrai.


Arthus Nunes.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Epitáfio

O ser de alma inteira
Apresentando a mórbida face
Chora por ver faceira
A dor eterna que nasce

Na vida já minguante
E do corpo que se transforma
De uma casca vazia e errante
Em uma alma pura que chora

E na ressurreição tão esperada
Ver-se Surpreendida
Pois a vida que tanto amava
Para todo o sempre foi perdida

E para todos os seres viventes:
-Tristeza e morte não criem,
Tentem entender o que é esperança
E viver o famoso "carpe diem"!

Arthus Nunes

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Solidão.

A solidão que me constrange
Não é a solidão do abandonado,
Pois esta me seria mais confortável.
Afinal não a escolhe o individuo.

A solidão que me constrange
É aquela criada por mim
Onde o outro é objeto indesejável,
Mesmo que amado.

Tal solidão é amarga
Fria e constantemente criada
Como cerca ao redor do que se teme.

Viver em comunhão apavora
Tolhe, machuca, pois são dois
E não apenas um a sofrer.


Arthus Nunes

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Marginal

Ser poeta marginal é estar à margem,
à margem do verso, à margem da forma
Utilizando tudo o que transforma
Para a criação de uma margem.

Na margem, onde não há redondilhas
Maiores ou menores.
Onde alexandrinos, são pessoas com nome engraçado.
Onde os sonetos se tornam obsoletos e incapazes
De representar tudo o que se sente.

Disseram-me uma vez que o marginal,
Sem ser poeta, seria a praga de uma sociedade.
Pois afirmo que o poeta, sem algo de marginal
É tolo e esse sim uma praga.

VIVA MIRÓ, FERNANDO CHILE, FRANÇA, CHICO!
Todos que marginalizaram o verso e constrangeram o perverso.


Arthus Nunes

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Autoria

Ser autor não é declamar.
Ser autor não é publicar.
É sentir, transpirar, labutar.
É conseguir transcrever angustias.

Angustias jamais sentidas,
Ou sentidas por todos, porem mal faladas.
Angustias secretas, abertas, dilaceradas.
Anunciar o indizível poético da dor.

Apesar de bêbado, torpe, irracional
Conseguir burlar o bloqueio social
Simplesmente escrever sem ter o “quem ou “onde”.

Assim sinto-me vivo, autor.
Talvez não da vida, mas de algo maior,
À deriva de um amor puro, insano e triste.


Arthus Nunes

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Delírio

Na pseudo-uniformidade de minhas palavras
Procuro dentro em mim o que ainda não vi.
O homem, o menino, o gigante...
Toda aquela grandeza que outros disseram haver.

Não conseguindo enxergar nada alem do óbvio
Perco-me entre o que vêem e o que sou.
Sem responder a mim aquilo de mais importante.
Para que viver sem poder ser?

Arthus Nunes

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tempo

Nada é igual ao que foi ontem. Partindo disso pensamos e não conseguimos evitar a comparação. Parecendo muitas vezes o ontem melhor do que hoje. Mas, será?
Afinal o hoje é o ontem de amanhã e não sentimos o sentimento de prazer nisso. Será que está no tempo ou em nos? No tempo ou nas pessoas? Será que há como fazer tal divisão? O tempo existe ou inventamos? Existimos ou o tempo nos inventa? Que se inventem as respostas.


Arthus Nunes


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Saudade

“E o preço da saudade quem é que paga?”
Será que nos habilitaríamos a tal feito
Se soubéssemos quais os efeitos?
-Nenhuma pergunta seria mais vaga.-

A saudade como credor irredutível que é
Não espera prazer nem acordos propostos
Ela simplesmente vem e executa a cobrança.
Taxando toda a sua vida com insones impostos.

A dor de ver a partida precoce.
O estar perto estando longe.
Faz do infeliz devedor um ser a vagar.

Sem esperança de ter como pagar
o cruel tributo a ele docemente oferecido:
A saudade por quem se ama ter partido.


Arthus Nunes


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Poemas encardidos

Estudar por amar, ler por prazer.
Esquadrinhar a escrita, tentar entender
O sentimento guardado, ali enterrado
Até desbotado de tanto guardado.

Imagino o momento, perdido e atento
Onde as palavras brotaram e assim encharcaram
Um pouco sonolento o mais doce lamento.
E a emoção contida dos que encontraram

Tal raridade , o desabafo literário.
Daqueles que outrora viveram,
E portanto desenterraram a vida.

De poetas revolucionários
Que a existência toda passaram
Desvendando os caminhos da escrita.


Arthus Nunes


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Hospedeiro

E uma louca felicidade me cerca.
Vendo se em mim a loucura é real.
Para daí então se instalar
Fazendo de mim habitat natural.

Digo a todos que não há parasita melhor
Sejamos todos hospedeiros de tal sentimento,
Espalhando-se em progressão geométrica
Arruinando qualquer espécie de sofrimento.

Mas só há uma formar de contaminar,
O hóspede só procura uma formação, o par.
Não conseguindo sobreviver na singularidade.

Onde o meio é agressivo e poluente
Procura um par único, sem antecedente.
E se multiplica criando mais felicidade.


Athus Nunes



domingo, 6 de julho de 2008

Sem força para forçar a escrita.
Sem forca para matar a saudade
Sem meio de mudar o que fica
Como se mata saudade?



Arthus Nunes

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sou feliz.

Sou feliz, feliz porque sofro.
Não por ser sádico, mas porque meu sofrimento tem sentido, razão, solução. Sei porque sofro. O meu vazio tem nome. O meu amor tem fome. A solução é a minha batalha. A concretização minha meta. O tempo meu inimigo. A esperança minha aliada.
Sinto batidas , o coração martelando forte, cansado. Como o alazão de um cavaleiro "aguenta querido companheiro, aguenta que o socorro virá".
E respiro, não apenas como movimento involuntário de meu corpo. Respiro porque sinto vontade, porque quero. Cada respirada é um tempo a menos que falta, e me mantém vivo, firme, e contando.
Tenho fome, mais fome. Fome de mim , fome de ti. Fome que não deixa a força se exaurir.
Sou feliz, feliz porque sinto.


Arthus Nunes

domingo, 13 de abril de 2008

Querer, saber, poder...

Queria eu a esta hora da madrugada me fazer ouvir sobre tudo aquilo que sinto por ti.
Queria eu a esta altura da vida poder agir de forma forte e honrosa trazendo-te até mim.
Queria eu poder realizar a hora que quero todos os sonhos e planos feitos por nós.

Mas em meio a tudo isso sei que não posso, mas poderei.
Sei que é cedo, mas a hora chegará.
Sei que me amas, e sabendo isso nada mais importará.

Arthus Nunes.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

!

LOUCO! MALUCO! INSANO!
Todos gritam,
Sem entender o que estavam fazendo.

HEREGE! IMPIO! INFIEL!
Dizem eles,
Sem imaginar porque estavam fazendo.

TARADO! PERVERTIDO! ANARQUISTA!
Murmuravam pelos cantos,
Sem conhecer aquilo que faziam...

...FAZIA-SE AMOR!


Arthus Nunes

terça-feira, 25 de março de 2008

Ouve.

Levanta-te, sai deste estado de coma
induzido pelo desânimo que estás.
Transporta-te daqui para onde sejas pleno,
e não fiques ai deitado na lona.

Não precisas ser encontrado.
Nem resgatado de dentro de ti.
Apenas volta, mesmo que desgastado.
E dizes a todos: Sobrevivi!

Arthus Nunes.

domingo, 23 de março de 2008

Das profundezas...

Na profundeza de tudo aquilo que me encontrava pensei eu que não conseguiria sair, não sem sofrer grandes danos naquilo que chamamos de vida real. Mas afinal o que sabemos de danos? Só sabemos se algo foi danificado quando comparado a outras coisas, outras vidas, outras situações, então nunca como saber.
Ter as certezas abaladas, os alicerces fragilizados não é algo fácil de se viver, porem é útil. Faz pensar sobre tudo o que somos e podemos ser, nos mostra que até as coisas mais fortes em nossas vidas podem desmoronar e/ou mudar. Isso nos ajuda a perceber que somos humanos. E assim sendo, somos limitados. E assim sendo, sentimos. E assim sendo, podemos mudar e procurar ser mais. E fazer mais do que simplesmente sobreviver.


Arthus Nunes

quarta-feira, 19 de março de 2008

Das mentiras mais verdadeiras

A ti nunca proferi uma mentira!
Não, ao menos que em mim não fosse uma verdade absoluta.
Afinal, o que é uma mentira senão uma outra forma de contar a realidade!?
Sim porque ela, a realidade, é a verdadeira vilã(e isso não é mentira).
Se o nosso algoz nos persegue,incomodando-nos cada vez mais, e não podemos nos livrar.
Então enganamos , enfrentamos e enfeitamos. O meu algoz é a realidade. E se distorcê-la é mentir, sou o mentiroso mais verdadeiro e sincero que há.
E será que há?


Arthus Nunes.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Produção

Se conseguisse eu transformar em palavras verdadeiras aquilo que sinto, isso ja não seria um problema, mas sim um produto. Podendo então ser consumido por outros que nem se quer imaginam o quão sôfrego é o pensar daquele que escreve e quão doloroso e difícil é produzir um poema.

Arthus Nunes

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Sonetos

O que tenho em meus sonetos?
Não falo de amor nem de grandes feitos.
É precário nao formae em sua beleza
sem exibir maravilha nem destreza.

É puro improviso e sem efeito,
não produz o pensar ou o amar
E nem ouso dizer que são perfeitos.
São apenas palavras soltas ao ar.

Mas há uma coisa que poucos observam:
É a poesia que, memso sem querer
brota do nada e os eleva.

Pois a poesia não precisa de sentido.
Ela existe por si só,
Tornando-se a expressão do eterno indefinido.

Arthus Nunes

domingo, 27 de janeiro de 2008

Brincadeira

Sou uma criança, simplesmente isso.
E o que mais nesse mundo eu seria?
Brinco toda noite, enquanto dormem.
Para ver se algo mais me contraria.

Sabendo de tudo que me incomoda
Brinco com as letras, fazendo engenharia.
E nesta constante(onde tudo roda)
Sou quem eu sou e não quem queria.

Arthus Nunes.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

!?

O que tenho!?
Não contarei a ninguem. Não quero saibam que amo.
Afinal qual o doente que quer, ou se sente bem, quando
outros sabem de sua mazela!?


Arthus Nunes

domingo, 20 de janeiro de 2008

Aniversário

É hoje, a meia-noite tudo mudará, ou nada mudará. Talvez só mude a forma que responderei formulários onde questione a minha idade, ou a forma de me verem socialmente. Social, sociável?Ou sócio?O que será que somos(falou o misantropo).
Sei que questionamentos como esse não mudará, nem mudará quem sou para aqueles que me amam ou me odeiam. Então por que sinto esta estranha sensação de mudança? De nova vida. Doce ilusão, como se um dia, apenas um dia, pudesse mudar o rumo de tudo. E não pode? Quantos dias especiais que mudaram o curso de algo há em nosso calendário para que possamos lembrar deste dia como o tal "divisor de águas" , e nem lembramos, lembramos apenas de verificar no calendário se cairá num domingo qualquer ou não. Engraçado, ao final das contas sempre viramos feriados.
Por que lembrar só naquele dia? Por que tanta expectativa, como se algo maravilhoso fosse acontecer?Depois só fica a frutração de um dia normal como qualquer outro. Afinal você acorda, come, vai trabalhar, volta pra casa e dorme. É certo que recebe-se mais ligações do que de costume, e é muito legal ser lembrado, mas ainda assim é um dia de ouvir, como sempre ouvir. Se ao menos pudéssemos ser ouvidos, se realmente prestassem a atenção no que tens a passar, talvez sim fosse um dia tão especial.Ai seríamos mais que meros feriados.
E assim vamos aprendendo a importância disso, ano após ano, este dia fica mais ou menos importante, mas fica sendo conhecido por aquele que não o acha um simples dia vermelho em meio a sua vida monocromática.

Arthus Nunes

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Amanhecer

O dia amanheceu chorando.
Chorava porque não estavas aqui.
Chorava pela dor que sentia.

O dia amanheceu chorando
Enquanto a torrente decia de meus olhos
o dia assim amanhecia.
Chorando...

Arthus Nunes

domingo, 13 de janeiro de 2008

Dicotomia

O que será mais angustiante?
Ter-te, como antes, e não poder te ver?

Ou ver-te como agora e não poder te ter?
Tudo isso aumenta esta paixão errante.

Como será possível assim viver?
Não sendo egoísta ao ponto de toma-la
Nem altruísta ao ponto de deixa-la.
(Ah, louca ambiguidade que assola este ser)

Seria pecado realizar tudo isso?
Sei apenas que não a mereço.
E se passasse a eternidade a observa-la

Já me seria suficiente de forma tão rara.
Pois seus olhos minha alma supri
E seu amor minha vida nutri.


Arthus Nunes