quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Delírio

Na pseudo-uniformidade de minhas palavras
Procuro dentro em mim o que ainda não vi.
O homem, o menino, o gigante...
Toda aquela grandeza que outros disseram haver.

Não conseguindo enxergar nada alem do óbvio
Perco-me entre o que vêem e o que sou.
Sem responder a mim aquilo de mais importante.
Para que viver sem poder ser?

Arthus Nunes

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tempo

Nada é igual ao que foi ontem. Partindo disso pensamos e não conseguimos evitar a comparação. Parecendo muitas vezes o ontem melhor do que hoje. Mas, será?
Afinal o hoje é o ontem de amanhã e não sentimos o sentimento de prazer nisso. Será que está no tempo ou em nos? No tempo ou nas pessoas? Será que há como fazer tal divisão? O tempo existe ou inventamos? Existimos ou o tempo nos inventa? Que se inventem as respostas.


Arthus Nunes


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Saudade

“E o preço da saudade quem é que paga?”
Será que nos habilitaríamos a tal feito
Se soubéssemos quais os efeitos?
-Nenhuma pergunta seria mais vaga.-

A saudade como credor irredutível que é
Não espera prazer nem acordos propostos
Ela simplesmente vem e executa a cobrança.
Taxando toda a sua vida com insones impostos.

A dor de ver a partida precoce.
O estar perto estando longe.
Faz do infeliz devedor um ser a vagar.

Sem esperança de ter como pagar
o cruel tributo a ele docemente oferecido:
A saudade por quem se ama ter partido.


Arthus Nunes