Na calada da noite encontrava-se indeciso sobre que caminho tomar. Não sabia bem qual a melhor forma de torna-la produtiva. Entre
encontrar-se com O Engenhoso Fidalgo, acalentar-se ao embalo da madrugada,
ouvir canções de outrora ou contar historias em uma frase. Desistiu. Resolveu
escrever sobre o agora. Não conseguia dormir pensando em tudo ao seu redor, não
queria que o seu inconsciente imaginário tomasse o lugar da consciência produtiva,
embora fosse muito mais talentoso, não importava. Precisava de algo mensurável,
transferir sua sensação para o papel com apenas um compromisso, ser sincero
consigo e não deixar o desejo pelo nada superar
a necessidade de viver. Sentia a força
esvair-se no momento em que tentava fazer a diferença, sê-la. Com os olhos
pesados e o zumbido do inseto não mais incomodando percebeu lhe restar pouco
tempo, aquelas poderiam ser as ultimas palavras. Respirou fundo, concentrou
toda sua força nas pálpebras e nos dedos, olhou para o futuro inconsciente e
vendo beleza entendeu que esse era o momento, a interseção, o ponto de partida,
onde a consciência produzia o que a inconsciência compunha e sendo completo
entregou-se.
Arthus Nunes
Um comentário:
tá vendo?
até se entregar é complicado. hehehe.
mas vale a pena.
beijos.
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