quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

2:00h AM


Na calada da noite encontrava-se indeciso sobre que caminho tomar. Não sabia bem qual a melhor  forma de torna-la produtiva. Entre encontrar-se com O Engenhoso Fidalgo, acalentar-se ao embalo da madrugada, ouvir canções de outrora ou contar historias em uma frase. Desistiu. Resolveu escrever sobre o agora. Não conseguia dormir pensando em tudo ao seu redor, não queria que o seu inconsciente imaginário tomasse o lugar da consciência produtiva, embora fosse muito mais talentoso, não importava. Precisava de algo mensurável, transferir sua sensação para o papel com apenas um compromisso, ser sincero consigo e  não deixar o desejo pelo nada superar  a necessidade de viver. Sentia a força esvair-se no momento em que tentava fazer a diferença, sê-la. Com os olhos pesados e o zumbido do inseto não mais incomodando percebeu lhe restar pouco tempo, aquelas poderiam ser as ultimas palavras. Respirou fundo, concentrou toda sua força nas pálpebras e nos dedos, olhou para o futuro inconsciente e vendo beleza entendeu que esse era o momento, a interseção, o ponto de partida, onde a consciência produzia o que a inconsciência compunha e sendo completo entregou-se.


Arthus Nunes

Um comentário:

dona moca disse...

tá vendo?
até se entregar é complicado. hehehe.
mas vale a pena.

beijos.