quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Palavra, objeto de não ser.

Esqueci meu caderno, os rascunhos salvos aqui não me atraem. Vejo-me diante do desafio de criar algo novo. Um novo lampejo, nova ideia. Talvez nem nova precise ser, apenas desta vez documentada. Afinal o ato de escrever é tentar fazer com que as palavras não morram, nem sejam levadas pelo vento a lugares desconhecidos.
São poucas as palavras que queremos esquecer, como são poucas as que queremos publicar. Só desejamos esquecer palavras quando foram proferidas erradamente, a alguém ou em um momento inoportuno, fora isso a ideia de não saber o que foi proferido angustía.
Palavra, objecto de não ser. O "Tudo" a mesma distancia do "nada" (duas sílabas). Transformar,transcrever ,transparecer( o verdadeiro ou o incerto) capacidades ilimitadas no simples ato de comunicar-se.
Na falta de como saber encerrar o texto a funcionária da biblioteca toca meu ombro dizendo: "O horário da biblioteca virtual já encerrou ta!?"
E só me resta tempo para Assinar e clicar "Publicar postagem".

Arthus Nunes

3 comentários:

Michelle Serralva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michelle Serralva disse...

As suas palavras não morrem, um remanescente da palavra (a)certa(da).
Li uma vez que escrever é a demonstração da necessidade de se desprender das coisas e atingir entendimento de si mesmo. Final das contas a palavra é o fio da meada para esse entendimento. Alta relevância, então.
Quando eu crescer quero conseguir escrever, ai quem sabe achar (meu) entendimento.

Lua_Adversa disse...

"..tentar fazer com que as palavras não morram."

Engraçado, empaquei com essa ideia. Eu, deveras complicada ( sem mais definições), atentei-me às palavras a fim de desviá-las para algo mais idealizado de um prático que não me pertence ( ou pertencia). Senti necessidade quase como condicional para uma subrevivência cujo o uso vivo de tais palavras vomitadas por mim, ponharia em risco os anseios da minha personificação social. Ademais com tal máscara pronta e palavras postas como luva em meus dedos, segui na margem de um eu rangendo os dedos à proteção.
Até então, estava funcionando, aliás.. creio que funcionará por mais um tempo. Mas aonde quero chegar aqui retoma a tua premissa, eu estava enganada, pensei que podia por um fim na vida de certas minhas palavras, que torto engano... As vivas palavras não morrem a força bruta, nem do tempo. Mesmo que guardadas dentro num sentimento qualquer..


Abraço.
Arthus.