Esqueci meu caderno, os rascunhos salvos aqui não me atraem. Vejo-me diante do desafio de criar algo novo. Um novo lampejo, nova ideia. Talvez nem nova precise ser, apenas desta vez documentada. Afinal o ato de escrever é tentar fazer com que as palavras não morram, nem sejam levadas pelo vento a lugares desconhecidos.
São poucas as palavras que queremos esquecer, como são poucas as que queremos publicar. Só desejamos esquecer palavras quando foram proferidas erradamente, a alguém ou em um momento inoportuno, fora isso a ideia de não saber o que foi proferido angustía.
Palavra, objecto de não ser. O "Tudo" a mesma distancia do "nada" (duas sílabas). Transformar,transcrever ,transparecer( o verdadeiro ou o incerto) capacidades ilimitadas no simples ato de comunicar-se.
Na falta de como saber encerrar o texto a funcionária da biblioteca toca meu ombro dizendo: "O horário da biblioteca virtual já encerrou ta!?"
E só me resta tempo para Assinar e clicar "Publicar postagem".
Arthus Nunes
Ficha
Há 5 anos
3 comentários:
As suas palavras não morrem, um remanescente da palavra (a)certa(da).
Li uma vez que escrever é a demonstração da necessidade de se desprender das coisas e atingir entendimento de si mesmo. Final das contas a palavra é o fio da meada para esse entendimento. Alta relevância, então.
Quando eu crescer quero conseguir escrever, ai quem sabe achar (meu) entendimento.
"..tentar fazer com que as palavras não morram."
Engraçado, empaquei com essa ideia. Eu, deveras complicada ( sem mais definições), atentei-me às palavras a fim de desviá-las para algo mais idealizado de um prático que não me pertence ( ou pertencia). Senti necessidade quase como condicional para uma subrevivência cujo o uso vivo de tais palavras vomitadas por mim, ponharia em risco os anseios da minha personificação social. Ademais com tal máscara pronta e palavras postas como luva em meus dedos, segui na margem de um eu rangendo os dedos à proteção.
Até então, estava funcionando, aliás.. creio que funcionará por mais um tempo. Mas aonde quero chegar aqui retoma a tua premissa, eu estava enganada, pensei que podia por um fim na vida de certas minhas palavras, que torto engano... As vivas palavras não morrem a força bruta, nem do tempo. Mesmo que guardadas dentro num sentimento qualquer..
Abraço.
Arthus.
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